sábado, 20 de agosto de 2022

15 anos do Projeto AJO Ambiental no Condomínio Joaquim Távora

      

         

  
15 anos promovendo conscientização e Educação Ambiental 

Neste mês de agosto, tão especial, queremos parabenizar o Condomínio do Edifício Joaquim Távora por ter abraçado a ideia de implantar o Projeto AJO em 21/08/2007, completando 15 anos de muita consciência ambiental. Gostaríamos muito de agradecer o apoio de todos os amigos, colaboradores e parcerias que juntos nos ajudaram a tornar tudo isso possível. Além do privilégio de fazer todos os dias um trabalho gratificante, estamos rodeados por pessoas maravilhosas, que só fazem acrescentar mais sorrisos e alegria ao nosso dia.

 O que é o Projeto AJO Ambiental

O Projeto AJO Conscientização e Educação Ambiental foi criado em agosto de 2007, tendo como base o Art. 225 da Constituição Federal/88, a Lei da Educação Ambiental 9.795/99 e a Resolução do CONAMA 275/01, com ênfase na teoria dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), levando em conta a crescente e desordenada urbanização e suas consequências que afetam os recursos naturais, comprometendo o meio ambiente.

O objetivo principal da AJO é promover a Conscientização e a Educação Ambiental através de procedimentos simples que minimizem os impactos ambientais, produção de resíduos (lixo) e desperdício dos recursos naturais: água e energia, envolvendo toda a comunidade, dando ênfase à necessidade de mudança de hábitos com garantia de uma melhor qualidade de vida para as presentes e futuras gerações.

 


A Educação Ambiental é um processo que envolve os indivíduos com as questões ambientais, sempre com um olhar voltado para a busca de soluções que minimizem os danos causados ao meio ambiente. Com essas atitudes os indivíduos passam a ter uma compreensão melhor do meio ambiente para tomar decisões mais conscientes e comprometidas com o meio onde vivem. 

Ações Ecológicas

Sempre jogamos tudo fora e nem sempre paramos para pensar onde é o nosso fora e quais as consequências quando produzimos e descartamos resíduos demasiadamente, aumentando o lixo.  Após 15 anos fomentando conscientização e educação ambiental através do Projeto AJO Ambiental, posso dizer que é possível diminuir o lixo que produzimos no dia a dia com mais consciência e mudança de hábitos.

Estamos sempre falando em ações sustentáveis dentro de nossa casa, dentro do condomínio, mas sabemos que essas ações ainda não são praticadas pela maioria das pessoas, apesar de tantas informações disponíveis nos meios de comunicação. É preciso lembrar que, para ser sustentável, é necessário uma nova postura de cada um e da administração do condomínio, onde todos estejam comprometidos com ações que tenham foco na sustentabilidade.

O primeiro passo é criar uma equipe interna, pessoas que estejam mais comprometidas com mudança de hábitos e que tenham tempo disponível para o engajamento de medidas que eliminem desperdícios de recursos naturais (água, energia, materiais, etc.), além do gerenciamento da produção de lixo, implementando a coleta seletiva (diminuindo o lixo comum com a separação dos resíduos recicláveis para uma destinação correta). Se o Condomínio ainda não tem Coleta Seletiva, é fundamental buscar meios para incentivar os condôminos a fazer a separação dos resíduos recicláveis, mas antes é preciso definir qual a destinação.

 A principal barreira para a reciclagem é a compreensão do processo. Isso significa saber o que separar e para onde encaminhar. Cada cidade tem seus próprios regulamentos e processos de reciclagem. Procure essas informações no site da prefeitura de sua cidade.

Implantação do Projeto AJO no Condomínio Joaquim Távora (21/08/07) 

É uma satisfação falar dessa iniciativa que mudou completamente os hábitos dos moradores do Condomínio Joaquim Távora. A implementação da Coleta Seletiva e a promoção da conscientização e educação ambiental promoveu, logo no primeiro mês de implantação do Projeto AJO, redução em torno de 20% na conta de água do condomínio e a produção de lixo também teve uma redução em torno de 2/3 do lixo comum com a separação dos resíduos.

Ao longo desses 15 anos conseguimos reduzir a produção de lixo para 1/3 do volume produzido antes da implantação do projeto. Todos os resíduos não orgânicos são separados de forma criteriosa e tudo que pode ser reaproveitado (seja uma roupa, um sapato, uma caneca ou um livro, etc.) são separados e doados para projetos de inclusão social e os demais resíduos recicláveis são separados e armazenados para comercialização. Os resíduos eletroeletrônicos como lâmpadas, baterias, pilhas, além de vidros e óleo de fritura são doados para cooperativas e/ou empresas para uma destinação correta. 

Durante todos esses anos o monitoramento ainda é constante e necessário, pois durante toda essa caminhada houve muitas mudanças com a saída e a entrada de novas famílias. Cada vez que um novo morador chega ao Condomínio é preciso trabalhar o passo a passo para que ele entenda como o projeto funciona e a necessidade de mudança de hábitos de sua família. Apesar de todos os esforços, nem sempre conseguimos a colaboração de todos, por isso o comprometimento de cada membro da família é fundamental para a manutenção do projeto. Desde o início, a maioria dos moradores abraçou o projeto e os resultados demonstram esse comprometimento. 

Resultados 

Os resultados dos 15 anos do Projeto AJO no Joaquim Távora são bastante relevantes (apesar do Condomínio ser de porte pequeno, com apenas 12 unidades) e comprova que é possível reduzir o lixo fazendo a gestão adequada dos resíduos com ênfase nos 3R’s (reduzir, reutilizar e reciclar), envolvendo toda a comunidade.

Durante esses 15 anos, o Condomínio separou 10,92Ton de resíduos recicláveis que foram comercializados, trazendo um retorno financeiro para o condomínio de aproximadamente  R$ 4.242,00.

 Resíduos Recicláveis Separados:

- 1,24 ton de papel branco;

- 3,20 ton de papelão e embalagens Tetra Pak;

- 1,82 ton de jornais, revistas e papel misto;

- 1,44 ton de plástico fino e grosso;

- 877,60 Kg de embalagens PET (refrigerantes);

- 466,80 Kg de latinhas (cerveja e refrigerante);

- 980 Kg de ferro;

- 821 Kg de vidro;

- Além de cobre, outros metais e RX.

Também foram separados e doados para uma destinação correta: 821 kg de vidros e 335L de óleo de fritura, contribuindo para minimizar os impactos ambientais causados por esses resíduos. Além de muitos outros materiais, roupas, sapatos, material escolar, livros, etc. que foram doados para projetos de inclusão social.  

Depoimentos de amigas, parceiras do Projeto AJO  

Andrea Cereja

Ex-moradora do Condomínio Joaquim Távora, fez parte da equipe AJO no Condomínio de 2007 a 2014 e sempre foi uma grande multiplicadora das ações do Projeto AJO.

“A experiência com o Projeto AJO me fez repensar no que eu poderia fazer para as futuras gerações, ter um planeta mais sustentável e melhor para se viver, tendo um consumo consciente, separando os resíduos recicláveis, que levam muitos anos para se decompor na natureza, e ao mesmo tempo agregando valores para uma vida melhor para todos. Além de ficar com tais atitudes que somam como espelho para filhos e netos. ” 

 

Ivana Simões

Moradora e Síndica atual do Condomínio Joaquim Távora, sempre comprometida com as ações do Projeto AJO.

 “Com o Projeto AJO aprendemos a importância da coleta seletiva, que ao longo dos anos vem contribuindo para a organização e conscientização de práticas saudáveis, tanto no nosso lar como no Condomínio. Entendemos que reduzir, reaproveitar e reciclar, são ações fundamentais para se viver em um mundo mais limpo e saudável. ” 

 


Fabiana Sampaio

Moradora do Condomínio Joaquim Távora, dá exemplo de consciência ambiental para a filha desde pequena.

 “Moro no Condomínio Joaquim Távora há 14 anos e nunca tinha tido a experiência de separar lixo e nenhuma preocupação, porém aí vir morar no condomínio, fui apresentada  ao Projeto AJO e logo fui me adaptando ao hábito da separação.  Hoje posso dizer que, onde quer que eu esteja, carrego este DNA da preocupação com o lixo, e com o impacto dele no nosso mundo.  Agradeço a Odete e a Andrea Cereja pela oportunidade de crescer e desenvolver essa consciência ecológica. ” 



Cléo Brasil

Moradora do Condomínio Joaquim Távora, comprometida com a consciência ecológica. 

“Sou moradora do condomínio há 4 anos e como sempre me preocupei com as questões ecológicas, a proposta do Projeto AJO Ambiental veio ao encontro da minha vontade de contribuir, são pequenos exemplos de boas atitudes que podemos deixar como herança para as futuras gerações.”

 

 

Silvana Chaves Milão

Moradora do Condomínio Joaquim Távora, reconhece a mudança de hábitos dela e do marido que também provocou mudanças no ambiente de trabalho. 

“Tenho muito orgulho de morar, há 2 anos, em um prédio onde todos pensam no futuro ecológico do nosso país. Eu acabei criando um hábito de guardar o óleo de fritura, de guardar garrafas e outras coisas. As ações do Projeto AJO Ambiental me educou muito e fico feliz porque nossos hábitos mudaram muito. Obrigada por vocês permitirem compartilhar essa minha mudança e que continue cada vez mais forte.”

   

Bárbara Soraya

Primeira multiplicadora do Projeto AJO Ambiental e grande fomentadora de nossas ações.

“Costumo dizer que sou discípula da Odete, abracei o Projeto AJO Ambiental, espalhei o projeto e hoje faço parte da Sustentabilidade e Coleta Seletiva no CPRM/Rio, onde trabalho, e sigo os passos da Odete e passo adiante. Sempre admirei o empenho dela e a realização do Projeto no edifício que ela mora e como tudo que evolui, o Projeto AJO segue com ênfase nos 3R’s (reduzir, reutilizar e reciclar), e ainda tem foco no reaproveitamento dos alimentos. Parabéns e que venham mais anos! ”

 

Susi Paiva

Fundadora da Rio Eco Consciente e uma grande parceira do Projeto AJO Ambiental.

 “Quando conheci o Projeto AJO Ambiental em 2009, fiquei encantada com a iniciativa da Odete e isso só me fez querer conhecer mais. Tive o privilégio de acompanhar várias ações de Educação Ambiental, reaproveitamento de material, coleta seletiva, entre outros, sempre visando a redução dos impactos ambientais. Super recomendo o Projeto AJO e aproveito para dar os parabéns pela gestão da Odete durante esses 15 anos de trabalho sério e com excelência. ”  


Evanete Corrêa

Fundadora da Chic Unha e Podologia e uma grande parceira do Projeto AJO Ambiental.

“O Projeto AJO Ambiental me ajudou a criar hábitos saudáveis, separar os resíduos e reciclar! Isso é muito importante para um mundo melhor e a multiplicação dessas ações contribuem para tornar o país mais limpo.” 

 

 


Telma Folster

Grande colaboradora, muito dedicada e comprometida com as ações do Projeto AJO Ambiental. 

“O Projeto AJO ambiental foi uma iniciativa implantada pela amiga Odete, sempre preocupada com o meio ambiente e o engajamento foi feito com muita dedicação,  orientação e divulgação aos moradores, para importância da seletividade de materiais e posteriormente  reciclar, evitando assim  desperdício  e diminuindo  a produção de  lixo.

Um trabalho extraordinário e um grande exemplo!” 





Agradecimento 



Maria Odete A de Pinho

Gestora e Idealizadora do Projeto AJO Ambiental

Agradeço de coração a todos os amigos, voluntários e parceiros, que estiveram ao meu lado durante esses 15 anos de caminhada, muito obrigada a todos, em especial, aos moradores do Condomínio Joaquim Távora. Quero registrar aqui a minha gratidão a Empresa Palmares Adm. de Imóveis (@palmaresadm) pela parceria de mais de 10 anos, fomentando para seus clientes práticas sustentáveis com as ações do Projeto AJO Ambiental.





 




quinta-feira, 20 de maio de 2021

Projeto Urbano com Abelhas sem Ferrão – Iniciativa do Bem em Tempos de Pandemia!


A pandemia da Covid-19 nos tem feito repensar mais as nossas atitudes e buscar novas formas de aproveitar o tempo de confinamento dentro de nossas casas com ideias inteligentes que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida, interagindo de forma sustentável com o meio ambiente local. O que você está fazendo, em tempos de pandemia, para mudar seus conceitos e proporcionar mais qualidade de vida?

Pensando nessas atitudes, fomos conhecer a iniciativa de um amigo, Paulo Froufe - aposentado (ex-funcionário da Reduc/Petrobrás) com abelhas sem ferrão, projeto adaptado em casa dentro de um condomínio em área urbana próxima a Floresta da Tijuca. Já sabemos da importância de preservar as florestas, que as abelhas tem um papel fundamental nesse processo e que algumas espécies, principalmente de abelhas sem ferrão, estão ameaçadas de extinção, devido a várias interferências do homem na natureza.


 AJO Ambiental

Olá Paulo, que prazer ter a oportunidade de conhecer e divulgar o seu projeto com abelhas sem ferrão! Gostaria que você nos contasse como surgiu essa iniciativa?

 Paulo

A Pandemia nos forçou a modificar nossas atitudes e nossos hábitos com a orientação de ficarmos em casa, evitando a circulação e impondo cuidados e distanciamento, etc. No início não fazia ideia se seria uma situação passageira e que logo depois se tornaria global. A partir daí entendi que era momento de mudança. A rotina se tornando incômoda com os dias, meses passando e a necessitava de algo para entretenimento e me ocupar, evitando assim as doenças da mente. Sempre apaixonado por fabricar pães, bolos, tortas e doces e sempre buscando qualidade e sabores diferenciados, eu procurei incorporar o mel não só pelo sabor, como também para agregar valor aos produtos. Em determinado momento percebi que o mel que obtinha não era de qualidade, não era puro, era adulterado, o que modificava o sabor dos produtos acabados.  Certo dia, minha esposa me mostrou um vídeo através de um canal no YouTube, onde em uma residência dentro de um condomínio, havia um enxame de abelhas que, para minha surpresa, eram com ferrão atrofiado, ou seja, não defensivas, não agressivas, abelhas nativas brasileiras, sendo tratadas como animal de estimação, silvestre.

AJO Ambiental

Nossa Paulo, que ideia incrível! Como você, cidadão urbano, fez para concretizar esse projeto?

Paulo

A curiosidade me levou a diversas pesquisas e estudos, onde descobri que temos mais de 300 abelhas nativas no Brasil e que temos legislação para criá-las por ser animal silvestre, que diferentemente das abelhas africanizadas, que só podem ser criadas em zonas rurais por terem ferrão, essas sim podem ser criadas em apartamentos e casas. Entendi também que o tratamento deveria ser diferenciado, pois algumas abelhas estão em extinção devido ao desmatamento e ao crescimento urbano desorganizado. Algumas estações do ano devemos ter atenção redobrada, outras podemos colher um pouco de mel e própolis, produtos de excelente qualidade e útil para a nossa saúde. Digo um pouco porque elas necessitam desses insumos para a própria sobrevivência, o mel como energético e o pólen como proteína. Vale ressaltar que o pólen das abelhas nativas não é para consumo humano como o pólen das abelhas africanizadas. Das nativas podemos retirar o mel, que inclusive é utilizado por muitos chefs de cozinha, própolis, também, para consumo após preparo, e a cera para ajudar nas estruturas das abelhas quando necessário. A princípio vi a oportunidade de conseguir o mel puro para meus produtos. Assistindo vídeos de pessoa idônea e criador de algumas espécies, comprei os méis disponíveis e percebi diferença em aroma e paladar. Mesmo ainda não dominando a técnica de manejo para cuidados com a criação de abelhas e ainda estudando sobre, decidi iniciar a construção do Meliponário, onde crio 3 espécies; Jataí, Mandaçaia e Bugia para obter mel em pequenas quantidades, suficiente para degustar e incluir em minhas receitas.

AJO Ambiental

É possível observar o cuidado e os detalhes na fabricação das caixas e a utilização de alguns materiais reaproveitáveis, como garrafas pet e outros. Você certamente tem muita habilidade e experiência na execução de projetos. A sua experiência profissional contribuiu na realização desse projeto?

Paulo

Optei pelas caixas INPA que me facilitam tanto no manejo como no momento de uma divisão, porque são módulos (ninho sobre ninho e melgueiras) e por ser mais higiênico no momento de retirada de insumos, principalmente mel. Quanto a utilização de garrafas pet e fitas eu utilizo para evitar ataques de animais predadores como lagartixas, pererecas e outros. Também utilizo as tampas e bicos para facilitar o reconhecimento das entradas pelas abelhas em caso de manejo. Na meliponicultora temos várias opções de caixas!  Interessante que dependendo da região do nosso país, cada meliponicultor tem sua preferência, seja na facilidade de manejo ou por ordem cultural mesmo. As medidas de tamanho e espessura variam para cada espécie de abelha como o clima da região.

 AJO ambiental

Paulo, você disse que ainda é iniciante, mas já mostrou que tem comprometimento e responsabilidade durante mais de 1 ano de convívio com as abelhas sem ferrão, que produziram uma quantidade pequena de mel até o momento. Como é o dia a dia e a manutenção para mantê-las saudáveis e produtivas?  

Paulo

Observar, cuidar e principalmente plantar arvores frutíferas, legumes, ervas e verduras, pensando em transformar em pasto para as abelhas. O registro dessa coleta de mel fiz apenas para demonstração, mas não é interessante coletar em período de estação mais fria porque são poucos os recursos na natureza para as abelhas. Quando vou coletar o mel, uso bomba sugadora, luvas, touca, máscara e depois faço a filtragem do mel para evitar algum tipo de resíduo. Estudar e assistir vídeos, me fez perceber o quanto é possível me ocupar, sendo gratificante, terapêutico e importante para nossa sobrevivência, pois creio que mais de 80% do que consumimos é fruto do trabalho desses pequenos e organizados animais. Sem a polinização não teríamos alimentos.  Como exemplo e curiosidade, quando saboreamos um belo e suculento morango, muitos não tem ideia de que só fora possível através da polinização de abelhas e principalmente da nossa Jataí. Não é raro no cultivo e plantio de morangos a necessidade de contratar Meliponicultores que tenham enxames de abelha jatais para assim facilitar a polinização dos mesmos. É preciso proteger e cuidar da natureza, pois ela nos presenteia todos os dias.


Paulo, pensando em agregar mais informações a sua iniciativa, pedimos ao amigo Cleycon Silva, Pesquisador Ambiental e Consultor em Meliponicultura, seu depoimento sobre a importância do seu projeto com abelhas sem ferrão e a melhor forma de preservá-las!

 Gleycon

O Brasil precisa de mais cidadãos como o Paulo Froufe, são atitudes simples assim que fazem a diferença. Muitas vezes pensamos que para mudar o mundo e contribuir para a preservação da natureza, precisamos de planos gigantescos e muita disponibilidade de recursos e tempo, entretanto não é bem assim. Vemos nesse lindo relato a importância do passo a passo, o conhecimento e o mais importante, a atitude de quem quer contribuir para a preservação das abelhas e além de tudo, ter uma atividade muito prazerosa e saborosa! As abelhas são essenciais para o nosso planeta! Ver pessoas engajadas em aprender sobre elas é algo maravilhoso e que nos renova as esperanças de um mundo mais sustentável, com pessoas mais conscientes de suas ações! Afinal devemos nos lembrar que as abelhas são responsáveis por cerca de 70 a 80% de toda a polinização, e se as abelhas sumirem, as plantas que são a base de toda alimentação também sumirão. E além disso, as plantas também são responsáveis por transformar a energia solar em oxigênio. Um mundo sem o alimento base e sem oxigênio o suficiente para todos os seres respirantes, com certeza seria uma catástrofe da qual não podemos medir o caos! Por essa razão se faz sempre necessário pensarmos em um mundo mais sustentável e de preferência com as nossas abelhinhas.

AJO ambiental

Por último quero agradecer ao amigo Paulo Froufe por compartilhar conosco essa importante iniciativa com abelhas sem ferrão e agradecer, também, ao amigo Gleycon Silva pelo seu belo depoimento!

 

 

 




quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Novo ano, novas esperanças!

 

O ano novo começa com a expectativa de dias melhores, durante um longo e terrível período de pandemia de corona vírus, e nos traz novas esperanças de que 2021 será o ano das superações com a chegada das vacinas.  É preciso ter fé e acreditar que podermos superar todas as dificuldades e desesperança que vivemos ao longo de 2020. Foram tantas as perdas humanas no mundo todo, apesar de todo esforço dos profissionais de saúde e da luta para conhecer melhor os efeitos e tratamentos para combater e conter a Covid-19.



Agora só nos resta acreditar que a vacina vai nos livrar desse vírus terrível e possibilitar o novo normal cheio de esperança e oportunidades para sobreviver em meio à crise econômica que tem provocado desemprego em massa nesse longo período de pandemia. Infelizmente, a situação do nosso país é de extrema preocupação. São muitos os problemas que afetam diretamente a saúde, a educação e a vida de milhares de brasileiros desempregados com o fechamento de muitas empresas.


Apesar de tantos impactos negativos que comprometeram o bem-estar e o progresso do nosso país, é preciso acreditar que podemos mudar as nossas atitudes e buscar novos caminhos, com coragem, comprometimento e solidariedade, para que o novo ano seja de prosperidade e muita esperança.  É preciso que haja mais cooperação e empenho da classe política, de nossos governantes e muita determinação de cada cidadão para cobrar, daqueles que nos representam no Congresso Nacional, mais rigor nas mudanças e decisões de políticas públicas que possam impulsionar a economia brasileira.


Acreditamos no poder da multiplicação de boas ações, que só acontecem com o comprometimento de todos. Se cada um fizer a sua parte, exigindo do poder público e dos nossos políticos mais ação e empenho nas decisões que irão contribuir para possibilitar o crescimento econômico e novas oportunidades de emprego.


Esperamos que a classe política do nosso país seja mais comprometida com ações efetivas para recuperar a economia, gerando oportunidades para todos os brasileiros que estão desempregados.

 

Feliz 2021 com muita esperança, amor, prosperidade e vida renovada!

 

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Empoderamento da Mulher no Campo e a Agricultura Familiar



Esse é um tema de grande relevância, pois na zona rural, por muitas décadas, o homem sempre esteve à frente da agricultura familiar. Os tempos mudaram e a mulher passou a desempenhar funções e buscar novas oportunidades para alcançar seu espaço no meio rural, apesar de não ser totalmente reconhecida em termos de políticas e de programas específicos para o meio rural. O caminho para uma melhor agricultura familiar já é comandado por mulheres rurais, que tem mais capacidade de contribuir para a construção de uma sociedade mais igualitária e sustentável, além de fazerem a diferença na segurança alimentar das próximas gerações.

Para conhecer melhor a realidade do desempenho da mulher no campo e seu empoderamento na agricultura familiar, conversamos com o amigo Gleycon Silva, Mestre em Ciências Ambientais, com sólidos conhecimentos em Agroecologia, Agricultura Sustentável, Sustentabilidade, Meliponicultura, Polinização e Educação Ambiental.

AJO AMBIENTAL

Gleycon, é um prazer ter a oportunidade de falar de suas experiências com a agricultura familiar. Gostaríamos que você falasse sobre a realidade da mulher no campo e qual o caminho para o seu empoderamento na agricultura familiar?

 Gleycon

Atualmente as mulheres estão vencendo muitas barreiras impostas e transformando a visão antiquada de “ajudantes” de seus maridos na agricultura familiar, e representam cerca de  40% de todo rendimento familiar no campo. Existem aproximadamente 14 milhões de mulheres, produtoras rurais, envolvidas em todos os processos realizados nas lavouras, comunidades e reservas extrativistas. Além disso, estas mulheres têm sido protagonistas no cenário da agricultura familiar, pois são responsáveis por mais de 45% da produção e colheita. Devido a isso, são consideradas as principais responsáveis pela produção de autoconsumo familiar e pelo manejo sustentável dos solos e das águas, garantindo uma maior qualidade de vida na família e na sociedade. A melhor maneira de empoderar essas mulheres é capacitando-as com cursos e treinamentos de técnicas, das quais elas possam aperfeiçoar suas habilidades, pois embora muitas mulheres estejam a frente como responsáveis pelas atividades no campo, muitas delas não possuem cursos específicos de como melhorar suas técnicas de cultivo, de como agregar valor ao que produzem e nem de como administrar sua lavoura. A disseminação de conhecimento é a melhor forma de empoderar essas mulheres guerreiras!

AJO Ambiental

Segundo levantamento da Ong Oxfam Brasil, apenas 5% das propriedades rurais tem mulheres como proprietárias. Com esses dados, podemos dizer que ainda falta muito para as mulheres terem seus direitos reconhecidos no meio rural?

Gleycon

Infelizmente falta muito, o mercado financeiro ainda é machista!  Embora diga que não, os números e os resultados de pesquisas mostram que sim. Há dados que mostram que apesar das mulheres serem as principais agricultoras familiares em países pobres da América Latina e do Caribe, muitas estão em situação de extrema pobreza e isso é um absurdo. Para mim, não tem cabimento uma pessoa viver no campo agrícola e ainda permanecer numa situação tão crítica como essa! Algo precisa ser mudado. É necessário que o mercado financeiro  enxergue que toda mulher tem seu direito em buscar formas de potencializar suas lavouras e investir em melhores técnicas para aumentar a qualidade de sua produção e consequentemente melhorar sua renda.

AJO Ambiental

Gostaria que você falasse sobre os direitos das mulheres no campo e quais os caminhos que elas podem trilhar para serem reconhecidas no meio rural?

Gleycon

No dia 29/07/2020 foi lançado a campanha mais atual em relação aos direitos das mulheres do campo. Esta campanha foi de iniciativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com apoio dos governos dos países da América Latina e do Caribe. Ela visa “dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes que vivem e trabalham em um contexto de desigualdades estruturais e desafios sociais, econômicos e ambientais, agravado pelo impacto da pandemia de covid-19”. Este tipo de campanha reforça o valor e direitos da mulher como o direito ao desenvolvimento profissional, direito a ter sua propriedade, direito a estudar e se capacitar, e um dos direitos mais importantes é o combate a violência feminina! Para que esses direitos sejam assegurados, precisamos de Políticas Públicas eficazes e que realmente acolham as mulheres quando elas necessitarem, pois não basta criar campanhas se esses direitos realmente não estiverem amparados por Leis e por Políticas Públicas que sejam implementadas e levadas a sério para que toda mulher tenha segurança e condições de ter uma vida digna no campo. Desta forma, se  elas possuírem recursos e capacitação, a tendência é que empoderem-se ainda mais!

 AJO Ambiental

Certamente você conhece bons exemplos de mulheres engajadas na agricultura familiar que empoderam outras mulheres. Poderia falar da experiência dessas mulheres?

 Gleycon

Sim, me sinto privilegiado por conhecer de perto o trabalho de algumas mulheres que são engajadas na agricultura familiar e que fazem parte de ações sociais! Pude conhecer de perto o trabalho realizado pelas mulheres na Coopfam (Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo), a qual trabalha com café e eles possuem um trabalho muito bonito para empoderar e capacitar suas cooperadas com oficinas e cursos. Além disso, há uma linha de café feminino, onde a lavoura é 100% administrada por mulheres!  Um grande exemplo que pude ter a honra de acompanhar de perto durante meu mestrado foi a Flávia Penha, moradora da zona rural de Poço Fundo – MG, que junto ao marido Márcio tocam uma lavoura orgânica e agroecológica de café, além de uma horta orgânica. A Flávia é um grande exemplo de mulher que acorda de madrugada, pega no cabo da enxada, trabalha faça sol ou chuva, carrega o carro com seus produtos e sai para fazer entregas e para feiras na região onde vende suas produções. Administra todos os processos desde a colheita até a venda, além de tudo é mãe e dona de casa. Ela é um grande exemplo e me inspiro muito em mulheres assim!

 AJO Ambiental

Muito importante a presença e a atuação da mulher no campo!  Parabenizamos todas as mulheres do campo que empoderam outras mulheres a contribuírem para o progresso da agricultura familiar no Brasil. E fechando a nossa entrevista, agradecemos a importante contribuição do amigo Gleycon e esperamos que as políticas públicas sejam mais acessíveis às mulheres do meio rural e que cada vez mais elas conquistem espaços na agricultura familiar.


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

13 anos Projeto AJO no Condomínio Joaquim Távora

 


É uma satisfação falar dessa iniciativa que mudou completamente os hábitos dos moradores do Condomínio Joaquim Távora, com a implantação da Coleta Seletiva e a promoção da conscientização e da Educação Ambiental que logo no primeiro mês de implantação do Projeto AJO houve uma redução em torno de 20% na conta de água do condomínio e a produção de lixo também teve uma redução em torno de 2/3 do lixo comum com a separação dos resíduos.


Os resultados dos 13 anos (21/08/2007 a 21/08/2020) do Projeto AJO no Joaquim Távora são bastante relevantes (apesar do Condomínio ser de porte pequeno, com apenas 12 unidades) e comprova que é possível reduzir o lixo fazendo a gestão adequada dos resíduos com ênfase nos 3R’s (reduzir, reutilizar e reciclar), envolvendo toda a comunidade.


Ao longo de mais de uma década conseguimos reduzir a produção de lixo para 1/3 de todo lixo produzido no Condomínio antes da implantação do projeto. Todos os resíduos não orgânicos são separados com critérios e tudo que pode ser reaproveitado (seja uma roupa, uma caneca ou um livro, etc.) são separados e doados para projetos de inclusão social e os demais resíduos recicláveis são separados e armazenados por um período para comercialização. Os resíduos eletroeletrônicos, baterias, pilhas e vidros são doados para cooperativas de catadores.  


Durante todos esses anos o monitoramento ainda é constante e necessário, pois durante toda essa caminhada houve muitas mudanças com a saída e a entrada de novas famílias. Cada vez que um novo morador chega ao Condomínio é preciso trabalhar o passo a passo para que ele entenda como o projeto funciona e a necessidade de mudança de hábitos de sua família. O comprometimento de cada membro da família é fundamental para a manutenção e continuidade do projeto.


 Podemos dizer que apesar de todos os esforços, nem sempre conseguimos fazer com que todos colaborem e cada um faça a sua parte, mas o importante é que a maioria dos moradores abraçaram o Projeto AJO e os resultados demonstram esse comprometimento.

 

Depoimentos de amigas comprometidas com o Projeto AJO Ambiental:

 


“A experiência com o Projeto AJO me fez repensar no que eu poderia fazer para as futuras gerações, ter um planeta mais sustentável e melhor para se viver, tendo um consumo consciente, separando os resíduos recicláveis, que levam muitos anos para se decompor na natureza, e ao mesmo tempo agregando valores para uma vida melhor para todos. Além de ficar com tais atitudes que somam como espelho para filhos e netos. ”




Andrea Cereja
Ex-moradora do Condomínio Joaquim Távora, fez parte da equipe AJO no Condomínio de 2007 a 2014 e sempre foi uma grande multiplicadora das ações do Projeto AJO.

 


“Com o Projeto AJO aprendemos a importância da coleta seletiva, que ao longo dos anos vem contribuindo para a organização e conscientização de práticas saudáveis, tanto no nosso lar como no Condomínio. Entendemos que reduzir, reaproveitar e reciclar, são ações fundamentais para se viver em um mundo mais limpo e saudável. ”




Ivana Simões
Moradora e Síndica atual do Condomínio Joaquim Távora, sempre comprometida com as ações do Projeto AJO.

 


“Moro no Condomínio Joaquim Távora há 12 anos e nunca tinha tido a experiência de separar lixo e nenhuma preocupação, porém aí vir morar no condomínio, fui apresentada  ao Projeto AJO e logo fui me adaptando ao hábito da separação.  Hoje posso dizer que, onde quer que eu esteja, carrego este DNA da preocupação com o lixo, e com o impacto dele no nosso mundo.  Agradeço a Odete e a Andrea Cereja pela oportunidade de crescer e desenvolver essa consciência ecológica. ”





Fabiana Sampaio
Moradora do Condomínio Joaquim Távora, dá exemplo de consciência ambiental para a filha desde pequena.


“Costumo dizer que sou discípula da Odete, abracei o Projeto AJO Ambiental, espalhei o projeto e hoje faço parte da Sustentabilidade e Coleta Seletiva no CPRM, onde trabalho, e sigo os passos da Odete e passo adiante. Sempre admirei o empenho dela e a realização do Projeto no edifício que ela mora e como tudo que evolui, o Projeto AJO segue com ênfase nos 3R’s (reduzir, reutilizar e reciclar), e ainda tem foco no reaproveitamento dos alimentos.  Parabéns e que venham mais anos! ”




Bárbara Soraya
Primeira multiplicadora do Projeto AJO Ambiental e grande fomentadora de nossas ações.

 


“Quando conheci o Projeto AJO Ambiental em 2009, fiquei encantada com a iniciativa da Odete e isso só me fez querer conhecer mais. Tive o privilégio de acompanhar várias ações de educação ambiental, reaproveitamento de material, coleta seletiva, entre outros, sempre visando a redução dos impactos ambientais. Super recomendo o Projeto AJO e aproveito para dar os parabéns pela gestão da Odete durante esses 13 anos de trabalho sério e com excelência. ”




Susi Paiva
Fundadora da Rio Eco Consciente e uma grande parceira do Projeto AJO Ambiental.

 


“O Projeto AJO Ambiental me ajudou a criar hábitos saudáveis, separar os resíduos e reciclar!  Isso é muito importante para um mundo melhor e a multiplicação dessas ações contribuem para tornar o país mais limpo. ”






Evanete Corrêa
Fundadora da Chic Unha e Podologia e uma grande parceira do Projeto AJO Ambiental.
 


Agradeço de coração a todos os amigos, voluntários e parceiros que estiveram ao meu lado durante esses 13 anos de caminhada, muito obrigada a todos, em especial, aos moradores do Condomínio Joaquim Távora. 






Maria Odete A de Pinho
Gestora e Idealizadora do Projeto AJO Ambiental